X - Estomas Intestinais - Noções

Estomas Perineais

Forma correta de citar esta página:

COSTA E SILVA, I. T; PEREIRA, R. E.; CARDOSO, M. V. C.; MEDEIROS, D. B. Módulo X: Estomas intestinais - Noções. Estomas Perineais. Módulos de Coloproctologia. Disciplina de Clínica Cirúrgica I. Universidade Federal do Amazonas. Disponível em: <http://home.ufam.edu.br/dcc1/modulos/X/perineal.htm>. Acesso em: 30/7/2019.

   As colostomias perineais podem ser temporárias ou permanentes.

   As colostomias perineais temporárias, mais frequentemente utilizadas, estiveram muito em voga antes do advento dos grampeadores circulares que passaram a proporcionar condições de realização de anastomoses colorretais baixas (e até mesmo coloanais).

   Ainda hoje, entretanto, em ambientes em que tais grampeadores não estejam disponíveis, e em determinadas indicações clínicas especiais, podem ser utilizados.

   Abaixo seguem dois exemplos de duas das técnicas mais utilizadas de colostomia perineal temporária.

 

Estoma perineal da operação de Duhamel-Haddad

Figura extraída de CREMA, E; SILVA, R. Estomas intestinais. Uberaba: Pinti Editora Artes Gráficas Ltda. 1997. p. 61.

 
   Uma indicação, numa época muito frequente, em nosso meio, para a operação de Duhamel-Haddad era o megacolo chagásico.

   Na operação, o megassigmóide é dissecado pela via abdominal, com liberação completa do sigmóide e do colo descendente e descolamento da face posterior do reto. O reto é então seccionado em seu terço superior. A boca retal superior é amarrada e a distal é selada com pontos separados, em duas camadas. Procede-se, então, à abertura da face posterior do reto (sendo abertas todas as camadas da parede retal), por via perineal, logo acima do anel anorretal. Intromete-se pela ferida assim formada a boca proximal amarrada do reto, anteriormente seccionado. A boca fechada do reto é então puxada através do ânus, sendo tracionado todo o intestino dilatado que havia sido dissecado pela via abdominal. Após abaixar todo o colo dilatado e exteriorizar um segmento normal do colo, secciona-se o colo e deixa-se um segmento dele exteriorizado pelo períneo por cerca de 15 dias. Ao longo destes 15 dias ocorrerá um acolamento entre a serosa do colo abaixado com a parede muscular da face posterior do reto e com as estruturas perirretais, de forma que não haverá mais retração do coto rebaixado do colo, que poderá, então, ser seccionado no nível da ferida posterior do reto, sendo realizada anastomose entre o reto e o colo.

 

Estoma perineal da operação de Turnbull-Cutait

Figura extraída de CREMA, E; SILVA, R. Estomas intestinais. Uberaba: Pinti Editora Artes Gráficas Ltda. 1997. p. 62.

 
   Na operação de Turnbull-Cutait utiliza-se o mesmo princípio de acolamento entre a serosa do colo abaixado e a parede do reto e as estruturas perirretais. Entretanto, nela, o reto, após ser dissecado circunferencialmente em toda a sua extensão até a altura dos levantadores do ân0us, é seccionado logo acima do anel anorretal e é evertido. Por dentro do reto evertido é exteriorizado o segmento de colo que se quer abaixar (após ter-se procedido à retossigmoidectomia por via abdominal). Da mesma forma que na operação de Duhamel-Haddad, o colo abaixado fica exteriorizado por um período de 15 dias, para que ocorra acolamento entre ele e as estruturas perirretais, para então ser seccionado rente à borda evertida do reto. Assim procedendo, consegue-se uma anastomose colorretal baixa, a cerca de 4 cm do rebordo anal. A operação de Turnbull-Cutait foi muito utilizada, numa determinada época, para o tratamento de tumores malignos do terço médio do reto e para o megacolo chagásico.

   As colostomias perineais evitam anastomoses intra-abdominais e a realização de estomas na parede abdominal.

 

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